A nuvem de gafanhotos que está na Argentina volta a
preocupar agricultores no sul do Brasil. Com as temperaturas mais altas, a
expectativa é de que ela possa chegar ao Rio Grande do Sul até a próxima
quarta-feira.
A previsão foi feita na tarde deste sábado à Agência Brasil pelo
chefe da Divisão de Defesa Sanitária Vegetal da Secretaria da Agricultura,
Pecuária e Desenvolvimento Rural do Rio Grande do Sul, Ricardo Felicetti.
Por enquanto, a nuvem de gafanhotos está estável, em Corrientes, na Argentina,
a 130 quilômetros do município gaúcho de Barra do Quaraí. As informações sobre
os insetos estão sendo repassadas pelo Ministério da Agricultura, Pecuária e
Abastecimento (Mapa), que acompanha a situação com o órgão fitossanitário argentino.
“Com a elevação das temperaturas no Rio Grande do Sul
neste final de semana, estamos apreensivos, mas preparados para o caso de uma
eventual ocorrência da praga em território gaúcho. Temos um plano operacional
de emergência elaborado como Ministério da Agricultura”, explicou
Felicetti.
Alerta
Ele acrescentou que, apesar do estado de alerta, hoje a tendência
é que haja um deslocamento da nuvem para a província de Entre Rios, na
fronteira da Argentina com o Uruguai.
Embora não representem um risco direto para os seres humanos, os
gafanhotos podem, em grupo, causar grandes prejuízos econômicos, devorando
plantações em questões de horas.
Caso os insetos cheguem ao estado, Felicetti avalia que o
potencial de prejuízo é muito grande, especialmente em culturas recém-plantadas
como trigo e canola. Além delas, cevada , citricultura e pastagens de inverno
para gado de leite e engorda de gado de corte também preocupam.
A orientação é que produtores rurais fiquem atentos à chegada dos
insetos e comuniquem sua presença imediatamente à inspetoria de defesa agropecuária
da Secretaria da Agricultura, Pecuária e Desenvolvimento Rural ou ao escritório
municipal da Emater mais próximo.
Recursos emergenciais
Na última sexta-feira, questões operacionais foram discutidas com
representantes do Ministério da Agricultura, Pecuária e Abastecimento, do
Ibama, da Secretaria do Meio Ambiente e Infraestrutura do Rio Grande do Sul e
da Fundação Estadual de Proteção Ambiental Henrique Luis Roessler.
“Falamos também sobre a questão dos recursos emergenciais para
trabalhar a supressão dos surtos de gafanhotos”, disse.
Paraguai
Uma segunda nuvem de gafanhotos, que está se movimentando no
Paraguai, também está sendo monitorada pelo Brasil, com menos preocupação.
De acordo com o Serviço de Qualidade e Sanidade Vegetal (Senave)
do país vizinho, os insetos, que estavam em Madrejón e 4 de Mayio, seguiram
para o sudeste, em direção a Teniente Pico, no departamento de Boquerón, também
no Paraguai.
Fonte: Uol
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