A transição das gestões continua dando o que falar em Macajuba, depois da visita ao PSF de Malhada Nova, onde mostramos alguns remédios vencidos, a equipe de reportagem do Deixa Comigo Macajuba foi até a Farmácia Básica do município, que fica na Secretaria de Saúde e pode comprovar uma infinidade de medicamentos vencidos.
Remédios que estavam vencido desde outubro de 2020, um problema que não foi visto durante a transição das gestões de Murilo e Luciano.
Questionado pelo Deixa Comigo Macajuba, a Farmacêutica contratada pela atual gestão alegou, que os profissionais da gestão do ex-prefeito não permitiram a entrada da equipe para checar os medicamentos durante o processo de transição.
Entenda o que acontece quando medicamentos
vencidos são jogados no lixo ou vaso sanitário e o que fazer para minimizar os
seus impactos ambientais
O Brasil é o sétimo país que mais consome medicamentos do mundo, mas existe pouca legislação
referente ao correto descarte de medicamentos vencidos ou sem uso. Porém, devido aos grandes riscos
à saúde humana e ao meio ambiente, o descarte de medicamentos deve ser feito em pontos de coleta específicos, para
serem posteriormente encaminhados à destinação final ambientalmente correta.
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A Política Nacional de Resíduos Sólidos (PNRS) estabelece como obrigatoriedade o correto descarte de medicamentos. No caso dos remédios, a chamada logística reversa funciona com as farmácias e drogarias aceitando medicamentos vencidos para encaminhá-los ao seu destino final sem risco de
contaminação. A Anvisa possui uma lista de postos de coleta credenciados - o processo todo é regido pela
norma ABNT NBR 16457:2016.
O descarte
de medicamentos é um problema que ocorre no mundo todo e é
relativamente novo. Ele apresenta riscos à água, ao solo, aos animais e também
à saúde pública. Nos Estados Unidos, a população recebe orientações
para descartar medicamentos na privada ou no lixo, pois eles
dão prioridade a reduzir o risco de uso não intencional ou overdose.
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Mas
o risco ambiental emergente está presente nesse tipo de atitude, devido aos
“micropoluentes”. Assim, ao descartar medicamentos vencidos de
forma incorreta, os consumidores contribuem com uma quantidade pequena, mas que
quando acumulada causa grandes consequências. E o pior é que a maior parte das
pessoas não sabe o mal que está fazendo ao realizar o descarte de
medicamentos no lixo comum ou no vaso sanitário. Cerca de 20% de todos
os medicamentos que utilizamos são descartados de forma
irregular.
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A contaminação ambiental
ocorre pelo descarte incorreto e também pela parcela excretada
na urina e fezes de produtos que tomamos. O uso de medicamentos veterinários também
contribui; a criação de gado, peixes e animais domésticos utiliza
antimicrobianos, antiprotozoários, hormônios, entre outros, e entram no meio
ambiente da mesma forma, por descarte inadequado e excreções.
Esses medicamentos vão parar em aterros, lixões, estações de
tratamento de água/esgoto, corpos d’água ou no solo.
Os
fármacos que ingerimos são metabolizados e
eliminados pelo nosso corpo indo parar nas redes de esgoto junto com aqueles
que descartamos em pias e vasos sanitários. Ele percorre todo o caminho até uma
estação de tratamento de esgoto onde também sofre metabolização, mas muitos não
são totalmente degradados e se tornam imprevisíveis. As estações de tratamento
não foram projetadas para eliminar fármacos - eles são apenas atenuados.
Existem técnicas de remoção de fármacos como ultrafiltração, ozonização,
oxidação avançada, mas os elevados custos não viabilizam sua implantação para o
tratamento de esgoto em larga escala.
Existe
também a perigosa parcela de descarte de medicamentos no lixo
comum, geralmente sobras de medicamentos vencidos. Como
eles não são metabolizados, podem chegar em sua forma original aos aterros que,
caso não possuam impermeabilização adequada, podem percolar (atravessar alguns
meios) e contaminar o solo e o lençol freático em concentrações até maiores que
via esgoto.
Riscos
Os
problemas causados pela presença dos compostos de medicamentos no
ambiente ainda não são muito bem conhecidos. Sabe-se que os medicamentos diluídos em água podem
interferir no metabolismo e no comportamento de organismos aquáticos.
Há fármacos que são persistentes e se acumulam no meio ambiente, além dos
riscos de doenças na população e animais que podem encontrar medicamentos
descartados no lixo e utilizá-los. Os antibióticos também são
preocupantes, pois quando expostos ao meio ambiente, tornam as bactérias resistentes ao
antibiótico em questão.
Outro
problema se dá no âmbito da saúde pública. O armazenamento de medicamentos em
casa aumenta o risco de intoxicação pelo uso indevido - cerca de 28% dos casos de
intoxicações no Brasil são por medicamentos. As pessoas que manejam
esses resíduos sem proteção, como catadores nos lixões, também são suscetíveis
a eventos adversos e intoxicações caso achem o medicamento e o consumam.
Esse
tipo de situação, que poderia ser controlado, deve-se em grande parte ao fato
de a sociedade não ter informações quanto à forma correta do descarte
de medicamentos e seus riscos. A maioria dos medicamentos
descartados vem das sobras de remédios da nossa “farmácia caseira” - um
hábito comum do brasileiro. Então o que podemos fazer para contribuir na
diminuição do risco ambiental pelo descarte de medicamentos?
Formas de evitar contaminação ambiental de
medicamentos
Uso racional de medicamentos:
Refere-se
“à necessidade de o paciente receber o medicamento apropriado, na dose correta,
por adequado período de tempo, a baixo custo para ele e a comunidade”.
Use remédios de forma racional, sem exageros, sem
automedicação e não interrompa o tratamento por conta própria. Também exija do
seu médico uma prescrição completa e coerente, sem desperdícios.
Evite desperdícios:
Ao
comprar medicamentos sem critérios ou em grandes quantidades para deixar
armazenado em casa é mais provável que parte passe da validade sem uso e tenha
que ser descartado. Existe hoje a PL 33/2012 em
tramitação no senado desde de 2012 sobre a obrigatoriedade de se vender
medicamentos fracionados. Assim, o consumidor compraria apenas o necessário
para seu tratamento, evitando desperdícios.
Espalhe informação:
Muitas
pessoas descartam medicamentos no lixo ou nas redes de esgoto
por falta de informação, não por falta de opção. Conte para amigos e familiares
que existem pontos de coleta como farmácias e drogarias espalhadas
pela cidade que fazem o descarte ambientalmente correto dos
medicamentos vencidos.
Descarte corretamente:
Se
seu medicamento venceu e você só percebeu agora, não jogue no
vaso sanitário ou no lixo! Agora que você sabe dos riscos que isso pode causar,
leve os medicamentos até um ponto de coleta para
o descarte ambientalmente correto. Ache o ponto de entrega mais
perto de você na nossa seção de postos de reciclagem e veja como é
fácil fazer o descarte de medicamentos vencidos em drogarias e
farmácias.
E depois?
Ok, você fez o descarte correto dos
seus medicamentos vencidos em um ponto de coleta,
como em farmácias e drogarias, e depois, o que acontece com eles? Os objetos como seringas e
agulhas são primeiramente descontaminados em uma usina de tratamento, depois
destinados a aterros sanitários como resíduos sólidos. Os medicamentos vencidos
são tratados por process
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