sexta-feira, 7 de julho de 2017

Perseguição política, a cruz do servidor público



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(Foto reprodução)
A história do servidor público tem sido marcada por lutas constantes que são inerentes à uma categoria. Entretanto, nem sempre os ataques são diretos e claros, pois a administração pública consegue, tenta sutilmente impor-se por abuso de poder, utilizando-se de argumentos de que seus atos são para o bem do serviço público.

Uma das formas mais comuns de se penalizar o servidor público que não “se alinha”, que “não compactua” com as ações desmedidas de politicagem de um administrador, é a perseguição política aplicada ao servidor para que sirva de exemplo aos demais, forçando-os a se calarem.

A perseguição política é uma das formas mais covardes de se manipular e pressionar os servidores, sendo a remoção e transferência um jeito velado de se perseguir. Não podemos expor nosso ponto de vista e manifestarmos qualquer opinião que venha a desagradar os que estão no poder. Somos feridos em nosso direito de ir e vir, quando nos forçam a negar as nossas opiniões e idéias, ou seja, deixamos de ser livres, uma vez que tornamo-nos prisioneiros de um sistema opressor onde gostam de fazer valer aquele ditado popular que se diz: “manda quem pode e obedece quem tem juízo”. Será essa mais uma frase para nos ameaçar ou uma simples demonstração do poder e da liderança imposta pela força?

A perseguição política é um tipo de comportamento, de atitude, que certamente deverá atribuir-se à pessoas inseguras e fracas. Seria pedir demais, que nos deixassem livres para escolhermos de que lado queremos estar? Talvez essa seja uma proposta assustadora para muitos que não sabem conquistar ou que não confiam em si mesmo.

Indigna-nos constatar o fato de que tem administradores públicos que gastam tanta energia investindo em medidas punitivas para os seus subordinados, quando seria mais inteligente devotarem tempo e atenção para motivar, incentivar, qualificar cada trabalhador, para que estes possam sentir-se mais valorizados e respeitados.

Vejo ainda, quão importante são os erros alheios para evitarmos os nossos, mas temos que estar bem atentos para não repetí-los e mais do que isso, desejar não errar novamente.

Exemplificando, basta olharmos para as guerras no Oriente Médio. Até hoje, resultaram apenas em sofrimento, dor e ódio para todo um povo. As guerras não conduzem à paz. Plantam a discórdia e a confusão, jamais colherão a tranquilidade e o amor. Precisam mudar de estratégia, avançar, dar um passo adiante. E, assim ocorre no serviço público, onde muitos líderes não avançam, gostam de dizer que não são políticos e vivem fazendo politicagem. É incrível como aprendem rápido.

Desde os tempos da escravidão, já tentaram aprisionar os pensamentos e as ideias alheias, mas nunca conseguiram e jamais conseguirão; massacravam o corpo, mas o espírito estava ali gritando, reagindo. Todos temos vida própria, somos dotados de inteligência e raciocínio.

Ninguém é superior num contexto em que fazemos parte de uma mesma humanidade. A espécie humana é uma só. Precisamos, urgentemente, aprender mais sobre o respeito mútuo.

Fico espantada ao ver que existem pessoas tão ingênuas, especialmente na administração pública, que se acham imbatíveis, superpoderosas. Será que não param para refletir que tudo é passageiro? Que tudo passa? Inclusive o poder que se julga ter sobre os outros? A morte é a única certeza que temos, sobretudo, que ela virá para todos. Então, por que tantos vivem atropelando os outros, desprestigiando, ferindo, implicando?

É uma pena vermos os nossos representantes andando na contramão da vida. Perdem tempo com coisas pequenas, gostam de valorizar as “picuinhas”. E, o pior, é que vivem cercados de pessoas fingidas e interesseiras. São os amigos do poder. Certa vez, ouvi alguém dizer que “é melhor puxar saco do que puxar carroça” e fiquei a refletir, concluindo que essa pessoa não tem amor próprio. Ama o poder e por isso valoriza quem o detém. Entretanto, nem sempre poderá andar de cabeça erguida e estar com a consciência tranquila, pois inegavelmente, compactuará com injustiças e pecados. Bem se diz que o diploma nem sempre é sinal de sabedoria.

É impressionante como o poder e o dinheiro interferem no comportamento de certas pessoas, transformando-as em seres frios, sem sentimentos e emoção. Essas pessoas ficam como que “dependentes”, já não conseguem mais viver sem estar no poder e lutam, de maneiras absurdas, para manterem-se em qualquer cargo, onde possam exercê-lo. É como um vício, depois que experimentam, passam a querer sempre mais, custe o que custar. É de dar dó. É também de se lastimar que as chances de se aproveitar a vida sejam desperdiçadas, pois já não são capazes de sorrir com sinceridade. São seres que não conseguem desfrutar das alegrias de coisas simples, não sabem servir, não sabem agradecer, sequer conseguem cumprimentar alguém com simpatia.

São seres humanos que se tornaram infelizes, carrancudos, mal-humorados. Então, como são infelizes, querem também fazer com que os outros também o sejam: começam a perseguir, usam de autoritarismo, gritam, ironizam. Contudo, calmamente observamos que a tempestade vai passar, e felizmente nós servidores públicos, somos bastante resistentes para aguentar, mas carregamos a esperança de um dia, quem sabe, assim como ocorreu com a escravidão e ditadura, vermos banidas as perseguições covardes que se praticam no serviço público. E que ninguém seja forçado a nada, que haja respeito e parceria entre todos aqueles que caminham juntos, ainda que com ideais diferentes.


Autora: Cláudia Angélica Mendes Santos, pós-graduada em gestão escolar, funcionária pública municipal

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