terça-feira, 27 de março de 2018

Após críticas, professora com Síndrome de Down dá lição de respeito



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(Professora com Sindróme de Down)



Em resposta a post de desembargadora do RJ, profissional ainda ressalta que preconceito com quem tem deficiência é crime




Débora Seabra, de 36 anos, é a primeira educadora com Síndrome de Down do país. Diante de uma notícia sobre sua conquista, a desembargadora do Tribunal de Justiça do Rio de Janeiro (TJRJ) Marília Castro Neves fez uma postagem contestando a capacidade da docente de lecionar, em um texto carregado de preconceito. A professora, então, se pronunciou nesta segunda-feira (19) através de uma carta em que afirma: "Ensino as crianças a ter respeito pelos outros".




A postagem, realizada pela desembargadora em grupo privado no Facebook destinado à magistrados, dizia que a mesma estava ouvindo a Voz do Brasil no rádio, e, ao escutar que o país era o primeiro a ter uma professora com Síndrome de Down, ficou indignada. "Poxa, pensei, legal, são os programas de inclusão social? Aí me perguntei: o que será que essa professora ensina a quem?", escreveu.



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Em resposta às afirmações preconceituosas, a educadora postou uma carta escrita à mão em redes sociais, afirmando tudo que ensina a seus alunos. Segundo ela, a educação, respeito e a tolerância frente às diferenças estão em primeiro lugar. "O que eu acho mais importante de tudo isso é ensinar a incluir as crianças e todo mundo pra acabar com o preconceito porque é crime. Quem discrimina é criminoso!", conclui. Leia a carta na íntegra:







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Débora Seabra é professora assistente em um colégio particular na capital potiguar, a Escola Doméstica. Ela é autora do livro infantil "Débora conta histórias" (Alfaguara Brasil, 2013). Também já recebeu convites para realizar palestras em território brasileiro e no exterior, como na Argentina e em Portugal. Em 2015, ganhou o Prêmio Darcy Ribeiro de Educação, em Brasília, por seu trabalho no desenvolvimento de ações educativas.



Após repercussão, a Federação Brasileira das Associações de Síndrome de Down publicou uma nota de repúdio frente às afirmações feitas por uma autoridade pública, solicitando que a Justiça analise o ocorrido. "Textos dessa natureza claramente denigrem a magistratura e, assim, devem ser rigorosamente apurados pelos órgãos competentes".

Os assessores da desembargadora não se manifestaram, até o momento, sobre a veracidade da postagem. Esta não é a primeira vez que Marília Castro realiza declarações polêmicas. Na última sexta-feira (16), ela afirmou que a vereadora Marielle Franco (PSOL), executada a tiros no Rio de Janeiro, "estava engajada com bandidos".

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 Filomena Tend Tudo, breve em Nova Cruz

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