domingo, 6 de dezembro de 2020

Delegado preso com plantação de maconha em casa planejava montar empresa



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O TJDF (Tribunal de Justiça do Distrito Federal) decretou ontem a prisão preventiva do delegado da Polícia Civil, Marcelo Marinho de Noronha, preso na sexta-feira (4) por suposto tráfico de drogas. Ele foi flagrado com uma plantação de maconha em casa. Além do delegado, a mulher e dois filhos dele estão presos preventivamente pelo mesmo motivo.

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A defesa da família nega tráfico e argumenta que a plantação em moldes industriais era para uso medicinal para depressão e que o delegado pretendia montar uma empresa para vender canabidiol, princípio ativo da maconha. O cultivo da planta é proibido no Brasil.

A plantação foi encontrada em uma casa que a família mantinha em São Sebastião, região administrativa do Distrito Federal. No local, havia mais de 100 pés de maconha no quintal, além de sementes da planta armazenadas.

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Marcelo atualmente trabalha na Comissão Permanente de Disciplina da Corregedoria-Geral da Polícia Civil, departamento que apurou a denúncia anônima que resultou na prisão.

Em nota ao UOL, a corporação afirmou que não poderia repassar informações sobre o caso porque os "procedimentos da corregedoria são sigilosos", mas confirmou que a direção da polícia "pediu a exoneração do delegado envolvido nessa ocorrência".

O advogado da família presa, Cléber Lopes, disse que a prisão ocorreu por suposto crime de tráfico de drogas. Ele negou que os envolvidos tenham ligação com qualquer tipo de venda ilícita do entorpecente.

Além do delegado, estão presos Teresa Cristina Cavalcante Lopes, e os dois filhos, Marcos Rubenich Marinho de Noronha e Ana Flavia Rubenich Marinho de Noronha. O advogado adiantou que deverá entrar amanhã com pedido de liberdade ao TJDF em favor da família.

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Maconha era para depressão, diz defesa

De acordo com Cléber Lopes, a Polícia Civil pediu a prisão da família após monitorar os envolvidos ao longo de dez dias. As investigações teriam sustentado que o delegado visitava a casa duas vezes ao longo do dia, o que reforçaria a suspeita sobre eventual tráfico de drogas.

"A polícia descreveu atos completamente rotineiros da família, como o fato de ele ir à chácara duas vezes ao dia. Como maconha é planta, tem que regar de manhã e de tarde. Não tem nenhuma evidência de tráfico, como algum fato externo ou alguém que comprou maconha dele. Não tenho dúvida da absolvição no mérito", afirma o advogado.

A defesa alega que Noronha tem uma receita médica obtida nos Estados Unidos que o orienta a consumir canabidiol como alternativa de tratamento para ansiedade e depressão. Porém, a defesa não soube precisar se a receita tem validade no Brasil. A Anvisa (Agência Nacional de Vigilância Sanitária) proíbe o cultivo da planta em território nacional.

Delegado pretendia vender canabidiol

Segundo a defesa, o delegado tinha intenção de ter uma empresa para venda de canabidiol, em caso de liberação da substância pela Anvisa, o que justificaria a quantidade de plantas cultivadas no imóvel. Ele já teria até modelos de contrato de vendas futuras.

"Eles acreditavam que plantando e desenvolvendo, pudessem produzir de maneira comercial quando a Anvisa permitisse. Ele chegou a minutar o contrato da empresa formada no futuro. O cara que é traficante vai fazer contrato de uma empresa de canabidiol?", critica o advogado.

 

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