Depois do parto normal, a vagina pode sofrer uma verdadeira revolução e, para se preparar mentalmente para esse momento, é importante que a gestante se mantenha informada. A ginecologista e obstetra do Grupo Fleury, Maria Cristina Meniconi, explica que, apesar de intensas, geralmente as mudanças são reversíveis: “Há um alargamento da vagina para a formação do canal de parto, mas depois – no decorrer do puerpério (que dura cerca de 40 dias) –, a musculatura perineal costuma voltar naturalmente para o estado pré-gravídico", diz.
A vagina é um órgão elástico e costuma se recuperar, mas as fibras musculares do assoalho pélvico podem sofrer um estiramento para dar passagem ao bebê. No pós-parto, elas também tendem a voltar à sua conformação normal, mas podem não retornar completamente. Uma das consequências pode ser a sensação de a vagina estar mais aberta e ter menos atrito com o pênis durante a relação sexual. Isso pode prejudicar o prazer, principalmente da mulher, já que a fricção é importante.
A ginecologista e sexóloga Carolina Ambrogini, colunista da CRESCER, explica que, para amenizar essa sensação, é importante que o médico avalie a presença de roturas perineais e/ou enfraquecimento da musculatura ao redor da vagina. “Há exercícios perineais para fortalecer essa musculatura”, diz a médica. “Não é pompoarismo, mas, sim, fisioterapia pélvica. Nos casos excepcionais de uma rotura perineal maior, existem cirurgias para correção do problema. Atualmente, também surgiram novas alternativas para ajudar as mulheres no pós-parto, como o laser e a radiofrequência, que promovem maior produção local de colágeno e aumentam a vascularização vaginal”.
Um último ponto que deve ser mencionado quando se fala da vagina da mulher depois da gravidez é como ela se “comporta” no puerpério. “Sabemos que quando a puérpera está em amenorreia (ausência de menstruação) e amamentação exclusiva, ela provavelmente não irá ovular e, consequentemente, diminuirá a concentração de estrogênio nas células vaginais. Isso irá diminuir a hidratação, o turgor, a lubrificação e até pode provocar um processo inflamatório na região”, alerta Lucas Olivotti, ginecologista e obstetra do Hospital e Maternidade Pro Matre Paulista (SP).
Isso significa que pode haver mais chances de um desconforto durante o ato sexual no puerpério e, portanto, é necessário que o casal receba uma orientação clara. “Oferecer gel hidratante e/ou lubrificante vaginal é uma saída, além – é claro – de esclarecer o parceiro (ou parceira) sobre as mudanças físicas e emocionais que a puérpera apresenta nesta fase”, ressalta o especialista
É durante o puerpério também que os cuidados com a vagina exigem mais atenção, principalmente se tiver ocorrido alguma laceração durante o parto normal. “As lacerações de primeiro grau, que afetam apenas a pele e a mucosa, nem sempre são suturadas, já as de segundo grau, que se estendem até os músculos do períneo, e as de terceiro grau, que atingem o músculo esfíncter do ânus, necessitam de sutura”, explica o ginecologista e obstetra Domingos Mantelli.
No caso de lacerações, a orientação é lavar a região com água e sabão, sempre que for ao banheiro, e secar bem. “Dê preferência a sabonetes específicos para a região íntima, com pH neutro”, diz o médico. “Seu obstetra pode recomendar sprays antissépticos, analgésicos e repouso. Utilize calcinha de algodão e, quando possível, fique um tempo sem. O uso de compressas geladas com gaze e chá de camomila também ajuda. A recuperação vai depender desses cuidados, mas costuma levar cerca de 15 dias”, afirma o médico.
Fonte: Revistacresce Globo
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