Quem olhar para o céu entre a noite deste domingo (21) e a madrugada desta segunda-feira (22) tem grandes chances de ver uma chuva de meteoros.
A previsão é de que a chuva de meteoros Líridas, ou Lyrids, atinja o ápice nesse período, segundo o Observatório Nacional. Em condições ideais, há potencial de observação de até 18 “estrelas cadentes”, como popularmente os meteoros são conhecidos, por hora, segundo o instituto de pesquisa do governo federal.
O astrônomo Amauri José da Luz Pereira, coordenador do Planetário e Observatório do Colégio Estadual do Paraná (CEP), em Curitiba, explica que os cometas são como uma bola de pó e gelo, como um "gelo sujo".
Na medida em que os cometas se movem, segundo o astrônomo, esse material vai se soltando, formando uma calda de partícula que descongela diante da proximidade do Sol.
"A chuva de meteoros é provocada justamente por essa poeira, por essa matéria que se desprendeu e que descongelou do corpo do cometa. Só que como a Terra, todos os anos, passa por esse mesmo ponto e como a nuvem é dinâmica, às vezes, tem um pouco mais ou um pouco menos de concentração de matéria naquela região", afirma.
O instituto de pesquisa acrescenta que os meteoros pegam fogo - total ou parcialmente - diante da interação com a atmosfera terrestre e o oxigênio.
"Esse fenômeno cria uma luminosidade no céu, comumente conhecida como 'estrela cadente'. Uma chuva de meteoros ocorre quando diversos meteoros cruzam o céu noturno originando-se de um ponto em comum, chamado radiante. No caso das Líridas, o radiante está na constelação de Lyra", diz a organização científica.
O Observatório Nacional cita que todo ano, no fim de abril, a Terra passa por uma linha de poeira e detritos do Cometa Tatcher, criando a chuva de meteoros Líridas, por se alinhar à constelação de Lyra.
Como ver a chuva de meteoros?
Conforme o astrônomo, a chuva de meteoros poderá ser vista à noite - as chances de observação aumentam à 1h de segunda e se o céu estiver limpo. É preciso olhar para a direção norte.
Porém, o Observatório alerta que, na noite do pico da chuva, a lua estará 96% cheia, dificultando a observação.
"Aqui de Curitiba, se alguém quiser se aventurar a ver uma estrela cadente, eu recomendo que procure ir para local alto e ir ao norte aqui de Curitiba, porque nós temos a questão da poluição luminosa da cidade, que acaba atrapalhando também. Então, o ideal é que seja o mais afastado possível que conseguir da poluição luminosa da cidade. Se puder ir para uma chácara, para campo, uma montanha", recomenda o coordenador do Planetário e Observatório do CEP.
Vai com calma!
Amauri Pereira esclarece que é muito raro a observação do fenômeno tal qual uma chuva.
"A pessoa que quer observar um fenômeno como esse não tenha a ilusão que vai ser como os pingos de chuva, aquela coisa toda junta, que seria maravilhoso! [...] É um pedacinho muito pequeno, de milímetros ou poucos centímetros, talvez do tamanho, no máximo, de um grão de ervilha, que entra a uma velocidade incrível em contato com a nossa atmosfera e aí ela deixa aquele rastro luminoso da estrela cadente."
O Planetário e Observatório do Colégio Estadual do Paraná (CEP) realiza periodicamente atividades abertas à comunidade. Pelo grande interesse, as inscrições abrem sempre nas quartas-feiras que antecedem o evento.
Foto: Amir Cohen/Reuters