O Rio Grande do Sul está envolto há dias numa tarefa dramática: ao mesmo tempo que conta seus mortos já são 78, segundo números mais atualizados da Defesa Civil , corre para localizar gente desaparecida, manter vivo quem se feriu e resgatar “ilhados”, para que mais ninguém entre nas estatísticas macabras que causam dor a uma população que ainda se recuperava da passagem de um ciclone, que deixou 54 óbitos e um rastro de destruição por onde passou, em 2023. O estado enfrenta o segundo evento climático em menos de um ano só que desta vez mais forte e sem precedentes.
Até o momento, 780 mil pessoas foram atingidas de alguma forma pela maior enchente registrada na história do estado, e que coloca o Brasil na lista dos países mais afetados pela desordem do clima. Os números do caos seguem: ao menos 261 mil pontos estão sem energia elétrica e outras 854 mil residências gaúchas não têm água. Os serviços de telefonia e internet não estão funcionando em dezenas de municípios.
Segundo a Defesa Civil, há 110 trechos de rodovias com bloqueios totais ou parciais pelo rompimento de pontes, acúmulo de água ou desabamento de encostas , entre elas, algumas das principais vias que cortam o Rio Grande do Sul, como as BRs 116 e 386.
A água serpenteou pelo interior do estado ao longo dos últimos dias e, agora, chega com mais força à capital, Porto Alegre, que se vê isolada por terra com a rodoviária e importantes vias de acesso tomadas por água e lama e pelo ar, com o aeroporto Salgado Filho fechado sem nenhum avião autorizado a fazer pouso ou decolagem.
Porto Alegre ilhada
Mesmo mais estruturada, a situação de Porto Alegre preocupa. O lago Guaíba, cartão-postal que margeia a capital gaúcha, é o repositório do aguaceiro que escorreu pelo interior e fez subir o seu volume ao nível inédito de 5,3 metros, na tarde de domingo (5).
As águas cobrem ruas e avenidas de norte a sul da capital, incluindo o Centro Histórico, inundam pontos que nunca haviam sido alcançados pelas cheias e expulsam de casa um número ainda incerto de moradores. As aulas escolares foram suspensas, e as escolas da capital viraram abrigos temporários.
O Sarandi, bairro da zona norte com 91,3 mil moradores, foi o primeiro a receber a ordem de evacuação. O transbordamento de um dique deve levar um volume expressivo de água à região, causando destruição às moradias e colocando quem estiver por lá em perigo, alertou o Centro Integrado de Coordenação de Serviços (Ceic), órgão da prefeitura de Porto Alegre.
Fonte Info Money



















