Reportagem de Igor Gadelha — publicada neste sábado (14/12/2024) na Metrópoles — revela que a recente prisão de Marcos Moura, conhecido como “Rei do Lixo da Bahia”, durante a Operação Overclean, desencadeou um clima de apreensão na Prefeitura de Salvador, atualmente liderada por Bruno Reis (União Brasil). Moura é proprietário da MM Consultoria Construções e Serviços, empresa com contratos vultosos para a prestação de serviços de limpeza urbana na capital baiana e em outros municípios governados por gestores ligados ao partido União Brasil.
A Operação Overclean, conduzida pela Polícia Federal, investiga um suposto esquema de corrupção envolvendo pagamento de propinas e repasse de informações privilegiadas. Na mesma ação, também foi preso Flávio Henrique Pimenta, diretor de Administração da Secretaria Municipal de Educação de Salvador. Ele é acusado de vazar dados estratégicos para beneficiar empresas contratadas. Em resposta às acusações, a Prefeitura exonerou Pimenta imediatamente após sua prisão.
A situação gerou desconforto entre membros do alto escalão do governo municipal, que temem o avanço das investigações para outras instâncias da administração. Segundo fontes ouvidas pela reportagem, a preocupação é que novos desdobramentos possam comprometer diretamente o prefeito Bruno Reis ou outros integrantes da gestão municipal.
As investigações também tiveram como alvo Francisquinho Nascimento, primo do líder do União Brasil na Câmara dos Deputados, Elmar Nascimento (BA). Durante a abordagem policial, Francisquinho foi flagrado tentando se desfazer de uma sacola contendo R$ 200 mil, jogando-a pela janela de sua residência. O incidente foi registrado pelas autoridades.
A MM Consultoria Construções e Serviços, empresa de Marcos Moura, figura entre as principais contratadas para a limpeza urbana em Salvador e outros municípios da Bahia. A estreita relação de Moura com lideranças do União Brasil, incluindo o ex-prefeito de Salvador ACM Neto e o presidente nacional da legenda, Antônio Rueda, adiciona um elemento político ao caso, ampliando as repercussões da operação.Procurados pela reportagem, os representantes da Prefeitura de Salvador e da MM Consultoria ainda não se manifestaram oficialmente sobre as acusações e prisões realizadas. A Polícia Federal segue analisando os materiais apreendidos e investigando possíveis conexões entre os envolvidos.
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