sábado, 26 de abril de 2025

Conheça a jararaca-ilhoa, cobra rara e venenosa estudada pelo Instituto Butantan



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A jararaca-ilhoa teve uma evolução diferente ao se adaptar ao ambiente da Ilha de Queimada Grande (SP). Crédito: Otavio Augusto Vuolo/Instituto Butantan.

Existem cerca de 430 espécies de serpentes no Brasil, que vivem no solo, nas árvores ou em corpos d’água doce. O Instituto Butantan é um centro de pesquisa científica e produção de imunobiológicos no país, que abriga mais de mil serpentes, e todas recebem atenção especial.

A Ilha da Queimada Grande está localizada entre Itanhaém e Peruíbe, a cerca de 35 km do litoral do estado de São Paulo. Ela leva o título de local com maior concentração de serpentes do Brasil, com cerca de 4 mil cobras, de espécies peçonhentas. A visitação no local é proibida, sendo permitida exclusivamente para pesquisadores.

E uma espécie de serpente endêmica (que não ocorre em nenhum outro lugar no mundo) da Ilha da Queimada Grande, conhecida popularmente como 'Ilha das Cobras', será estudada na nova sede do Laboratório de Ecologia e Evolução (LEEv) do Instituto Butantan. Trata-se da rara e temida jararaca-ilhoa (Bothrops insularis), uma das cobras mais peçonhentas e perigosas do mundo.

A nova sede do Laboratório de Ecologia e Evolução

A nova sede do LEEv do Butantã é um espaço com mais de mil metros quadrados dedicado a ações e estudos voltados à conservação de serpentes ameaçadas de extinção – especialmente as nativas de ilhas litorâneas brasileiras.

As serpentes do Butantan têm grande papel na produção de soros antiofídicos, produzindo 250 mil ampolas por ano - o que faz do instituto o maior fabricante da América Latina de soros antiofídicos.

O local foi inaugurado em 21 de fevereiro deste ano e desde o dia 25 daquele mês começou a receber o público do Parque da Ciência Butantan por meio de visitas guiadas. No total, mais de 20 espécies, entre serpentes, lagartos e quelônios, poderão ser observadas ao longo da visita.

Esta sede é um complexo em meio à natureza que abrange quatro blocos independentes de pesquisa. O local terá um reptário para a manutenção de quelônios e lagartos e um viveiro de serpentes. Além disso, a estrutura vai contar com um recinto dedicado à conservação da jararaca-ilhoa, um tipo de viveiro de 250 metros quadrados.

Imagem do viveiro destinado à habitação da jararaca-ilhoa, quando estava em fase de construção ainda. Crédito: André Ricoy.

Este viveiro inovador, além de contribuir com novas pesquisas sobre a espécie, também é uma forma de garantir a conservação da jararaca-ilhoa, que está entre as espécies criticamente ameaçadas de extinção. Agora, acompanhe abaixo as informações relevantes sobre esta espécie.

A jararaca-ilhoa, alvo de estudo inédito do Butantã

Acredita-se que a jararaca-ilhoa se adaptou à Ilha de Queimada Grande devido a um isolamento geográfico no período da glaciação. As populações ancestrais das jararacas teriam acabado isoladas em ilhas da costa do Brasil, por conta do fim da era glacial. Naquela época, cerca de 10 mil anos atrás, grandes massas de gelo derreteram e cobriram de água partes de terra que se ligavam ao continente.

Como nas ilhas as condições são bem distintas, com o tempo as serpentes passaram a acumular mutações que foram benéficas para a sua sobrevivência na ilha, resultando em uma espécie única insular e distinta da do continente.


A perigosa e peçonhenta jararaca-ilhoa (Bothrops insularis). Crédito: Fabiano Andrade.

A jararaca-ilhoa tem coloração amarelada, corpo esguio e delgado, cauda maior e tamanho menor do que as jararacas do continente (cerca de 80 centímetros de comprimento). Possui hábito arborícola, com facilidade de se enrolar e se agarrar nas árvores, escalando-as nas alturas. Se alimenta de pequenas aves.

São animais vivíparos e o acasalamento da espécie ocorre entre março e julho, quando nascem em média 10 filhotes. E outra característica que a difere da jararaca do continente é que ela retém a ave capturada na boca até o veneno matá-la, ao contrário das do continente, que picam suas presas no chão e soltam imediatamente, perseguindo seus rastros até encontrá-las imobilizadas pelo veneno.

Fonte: Tempo

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