Veterano da teledramaturgia brasileira morreu aos 85 anos após tirar a própria vida em maio de 2020; ele compôs o elenco da novela da TV Globo em 2016
A partir desta segunda-feira, 30, a TV Globo irá estrear a novela das 18h, Êta Mundo Melhor!, continuação de Êta Mundo Bom!, de Walcyr Carrasco e Mauro Wilson, que foi exibida em 2016. O ator Flávio Migliaccio foi responsável por viver Josias, veterinário que se apaixona por Filó (Débora Nascimento), mas acaba ficando com Paulina (Suely Franco).
Na vida real, o ator tirou a própria vida em maio de 2020, aos 85 anos. O corpo dele foi encontrado no sítio onde morava, na Serra do Sambê, Rio Bonito, Região Metropolitana do Rio de Janeiro. Uma carta de despedida também foi encontada no local.
“Me desculpem, mas não deu mais. A velhice neste país é o caos, como tudo aqui. A humanidade não deu certo. Eu tive a impressão que foram 85 anos jogados fora... Num país como este. E com esse tipo de gente que acabei encontrando. Cuidem das crianças de hoje".
Filho de Flávio Migliaccio desabafa sobre o pai
Filho de Flávio Migliaccio desabafa sobre o pai
Em entrevista à Veja, Marcelo Migliaccio, filho de Flávio, revelou as últimas conversas que teve com o pai:
"Eu tentava motivar aquele homem cansado, desiludido com a avalanche fascista que toma conta do planeta. 'O mundo está um lixo', ele me disse. Dias depois, ou antes, não me lembro, ele me deu outra razão para justificar seu desejo de sair definitivamente de cena: 'Já não escuto direito, minha vista está falhando, a memória também. Daqui para frente só vai piorar. Já vivi demais. Oitenta e cinco anos. Chega’”, recordou o homem.
“Usei todos os meus argumentos, mas meu pai não queria mais jogar. Era uma decisão tomada, acho que muitos anos antes daquele domingo em que ele disse que daria uma caminhada pelo bairro e sumiu. Só não posso concordar com uma frase escrita por ele na carta de despedida, a de que seus 85 anos não valeram de nada. Para muita gente, e especialmente para mim, cada olhar, cada sorriso e cada lágrima foram fundamentais”, continuou.
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"Eu tentava motivar aquele homem cansado, desiludido com a avalanche fascista que toma conta do planeta. 'O mundo está um lixo', ele me disse. Dias depois, ou antes, não me lembro, ele me deu outra razão para justificar seu desejo de sair definitivamente de cena: 'Já não escuto direito, minha vista está falhando, a memória também. Daqui para frente só vai piorar. Já vivi demais. Oitenta e cinco anos. Chega’”, recordou o homem.
“Usei todos os meus argumentos, mas meu pai não queria mais jogar. Era uma decisão tomada, acho que muitos anos antes daquele domingo em que ele disse que daria uma caminhada pelo bairro e sumiu. Só não posso concordar com uma frase escrita por ele na carta de despedida, a de que seus 85 anos não valeram de nada. Para muita gente, e especialmente para mim, cada olhar, cada sorriso e cada lágrima foram fundamentais”, continuou.
Fonte:caras
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