quinta-feira, 17 de julho de 2025

Na TV, Lula fala em indignação por saber que 'ataque' de Trump com tarifaço tem 'apoio de alguns políticos brasileiros'; íntegra



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Presidente também fez uma defesa do Pix, meio de pagamento que recentemente entrou na mira dos Estados Unidos em investigação comercial.

O presidente Luiz Inácio Lula da Silva em pronunciamento na TV — Foto: Reprodução/24-02-2025


O presidente Luiz Inácio Lula da Silva disse, em pronunciamento em rede nacional de televisão nesta quinta-feira, que o governo de Donald Trump promove uma “chantagem inaceitável” com as tarifas de 50% sobre produtos do país e que os políticos que apoiam o “ataque” dos Estados Unidos ao Brasil são “verdadeiros traidores da pátria”.

Na mensagem, o petista afirmou que o Brasil “sempre esteve aberto ao diálogo” com os americanos. Ele citou que foram realizadas “mais de 10 reuniões com o governo dos Estados Unidos” e, como resultado disso, o Brasil encaminhou, em 16 de maio, uma proposta de negociação.

— Esperávamos uma resposta, e o que veio foi uma chantagem inaceitável, em forma de ameaças às instituições brasileiras — afirmou. — Minha indignação é ainda maior por saber que esse ataque ao Brasil tem o apoio de alguns políticos brasileiros. São verdadeiros traidores da pátria. Apostam no quanto pior, melhor. Não se importam com a economia do país e os danos causados ao nosso povo.


Defesa do STF e do Pix

O presidente defendeu o Supremo Tribunal Federal. Segundo ele, o país conta com um Poder Judiciário independente e respeita os princípios da presunção da inocência, do contraditório e da ampla defesa.

— Tentar interferir na Justiça brasileira é um grave atentado à soberania nacional — disse.

Lula citou ainda o Pix, meio de pagamento que recentemente entrou na mira dos Estados Unidos em investigação comercial. De acordo com o presidente, o “Pix é nosso” e o país não aceitará ataques a ele:

— Temos um dos sistemas de pagamento mais avançados do mundo, e vamos protegê-lo.

O presidente afirmou que a defesa da soberania também se aplica à atuação das plataformas digitais estrangeiras no Brasil.

— Para operar no nosso país, todas as empresas nacionais e estrangeiras são obrigadas a cumprir as regras — afirmou. — No Brasil, ninguém — ninguém — está acima da lei. É preciso proteger as famílias brasileiras de indivíduos e organizações que se utilizam das redes digitais para promover golpes e fraudes, cometer crime de racismo, incentivar a violência contra as mulheres e atacar a democracia, além de alimentar o ódio, violência e bullying entre crianças e adolescentes, em alguns casos levando à morte, e desacreditar as vacinas, trazendo de volta doenças há muito tempo erradicadas.

Lula lembrou que está o governo está se reunindo com representantes dos setores produtivos, sociedade civil e sindicatos. Afirmou que seguirá apostando nas boas relações diplomáticas e comerciais, não apenas com os Estados Unidos, mas com todos os países do mundo. E mencionou que Estados Unidos acumulam, há mais de 15 anos, superávit comercial de US$ 410 bilhões.

— Não há vencedores em guerras tarifárias. Somos um país de paz, sem inimigos. Acreditamos no multilateralismo e na cooperação entre as nações — afirmou Lula.

Anúncio de Trump

Há uma semana, o presidente americano Donald Trump anunciou sobretaxa de 50% sobre importações de produtos brasileiros. Desde então, o Planalto passou a reforçar o discurso de soberania e nacionalismo. Lula determinou a criação de um grupo de trabalho de diálogo com empresários brasileiros e americanos.

Gravado na quarta-feira no Palácio da Alvorada, Lula fez pronunciamento no dia em que pesquisa Quaest revelou que 72% dos entrevistaram demonstraram que Trump está errado em adotar o tarifaço. Outros 19% concordam com a decisão do presidente americano, enquanto 9% não souberam ou optaram por não responder. O mesmo levantamento mostrou avanço na popularidade de Lula de 40% para 43% entre maio e julho.

Um dos eixos da comunicação articulada pelo Planalto é rivalizar com Bolsonaro e tentar colar no opositor a imagem de alguém que está atuando contra os interesses do país — a tática também foi aplicada contra o governador de São Paulo, Tarcísio de Freitas (Republicanos), que se viu obrigado a ajustar o discurso em meio à crise. Lula fez vinculações diretas entre o ex-presidente e o tarifaço e chegou a dizer que o deputado licenciado Eduardo Bolsonaro (PL-SP), que está nos Estados Unidos, foi “fazer a cabeça” de Trump.


Leia a íntegra do pronunciamento:

Minhas amigas e meus amigos,

Fomos surpreendidos, na última semana, por uma carta do presidente norte-americano anunciando a taxação dos produtos brasileiros em 50%, a partir de 1º de agosto.

O Brasil sempre esteve aberto ao diálogo. Fizemos mais de 10 reuniões com o governo dos Estados Unidos, e encaminhamos, em 16 de maio, uma proposta de negociação. Esperávamos uma resposta, e o que veio foi uma chantagem inaceitável, em forma de ameaças às instituições brasileiras, e com informações falsas sobre o comércio entre o Brasil e os Estados Unidos.

Contamos com um Poder Judiciário independente. No Brasil, respeitamos o devido processo legal, os princípios da presunção da inocência, do contraditório e da ampla defesa. Tentar interferir na justiça brasileira é um grave atentado à soberania nacional.

Só uma pátria soberana é capaz de gerar empregos, combater as desigualdades, garantir saúde e educação, promover o desenvolvimento sustentável e criar as oportunidades que as pessoas precisam para crescer na vida.

Minha indignação é ainda maior por saber que esse ataque ao Brasil tem o apoio de alguns políticos brasileiros. São verdadeiros traidores da pátria. Apostam no quanto pior, melhor. Não se importam com a economia do país e os danos causados ao nosso povo.


Minhas amigas e meus amigos, a defesa da nossa soberania também se aplica à atuação das plataformas digitais estrangeiras no Brasil. Para operar no nosso país, todas as empresas nacionais e estrangeiras são obrigadas a cumprir as regras.

No Brasil, ninguém — ninguém — está acima da lei. É preciso proteger as famílias brasileiras de indivíduos e organizações que se utilizam das redes digitais para promover golpes e fraudes, cometer crime de racismo, incentivar a violência contra as mulheres e atacar a democracia, além de alimentar o ódio, violência e bullying entre crianças e adolescentes, em alguns casos levando à morte, e desacreditar as vacinas, trazendo de volta doenças há muito tempo erradicadas.

Minhas amigas e meus amigos,

Estamos nos reunindo com representantes dos setores produtivos, sociedade civil e sindicatos. Essa é uma grande ação conjunta que envolve a indústria, o comércio, o setor de serviços, o setor agrícola e os trabalhadores.

Estamos juntos na defesa do Brasil. E faremos isso de cabeça erguida, seguindo o exemplo de cada brasileiro e cada brasileira que acorda cedo, e vai à luta para trabalhar, cuidar da família e ajudar o Brasil a crescer.

Seguiremos apostando nas boas relações diplomáticas e comerciais, não apenas com os Estados Unidos, mas com todos os países do mundo.


Minhas amigas e meus amigos,

A primeira vítima de um mundo sem regras é a verdade. São falsas as alegações sobre práticas comerciais desleais brasileiras. Os Estados Unidos acumulam, há mais de 15 anos, robusto superávit comercial de US$ 410 bilhões de dólares.

O Brasil hoje é referência mundial na defesa do meio ambiente. Em dois anos, já reduzimos pela metade o desmatamento da Amazônia. E estamos trabalhando para zerar o desmatamento até 2030.

Além disso, o Pix é do Brasil. Não aceitaremos ataques ao Pix, que é um patrimônio do nosso povo. Temos um dos sistemas de pagamento mais avançados do mundo, e vamos protegê-lo.

Minhas amigas e meus amigos,

Quando tomamos posse na Presidência da República, em 2023, encontramos o Brasil isolado do mundo. Nosso governo, em apenas dois anos e meio, abriu 379 novos mercados para os produtos brasileiros no exterior.

Estamos construindo parcerias comerciais com a União Europeia, a Ásia, a África e nossos vizinhos da América Latina e do Caribe.

Se necessário, usaremos todos os instrumentos legais para defender a nossa economia. Desde recursos à Organização Mundial do Comércio até a Lei da Reciprocidade, aprovada pelo Congresso Nacional.

Minhas amigas e meus amigos,

Não há vencedores em guerras tarifárias. Somos um país de paz, sem inimigos. Acreditamos no multilateralismo e na cooperação entre as nações.


Mas que ninguém se esqueça: o Brasil tem um único dono — o povo brasileiro.

Muito obrigado.


Fonte:oglobo.globo

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