Ato em SP fez parte de mobilização nacional convocada para o 7 de Setembro. Apoiadores de Bolsonaro levaram bandeiras dos EUA para pedir anistia e intervenção de Trump. STF retoma julgamento do ex-presidente por golpe de Estado na próxima terça (9).
Apoiadores do ex-presidente Jair Bolsonaro se reuniram na tarde deste domingo (7) na avenida Paulista, em São Paulo, para uma manifestação que pediu anistia aos condenados pelos atos golpistas de 8 de janeiro. Tarcísio de Freitas (governador de São Paulo), Romeu Zema (governador de Minas Gerais) e a ex-primeira-dama Michelle Bolsonaro participaram do ato.
Aliados do ex-presidente discursaram no carro de som, entre eles o pastor Silas Malafaia, o presidente do PL, Valdemar Costa Neto, e o líder do PL, deputado Sóstenes Cavalcante.
Bolsonaro está em prisão domiciliar e não pode participar de eventos públicos, nem sequer por vídeo. Na terça-feira (9), o Supremo Tribunal Federal vai retomar o julgamento em que ele pode ser condenado por golpe de Estado e mais quatro crimes. Se for condenado, as penas podem somar até 43 anos de prisão.
A manifestação foi convocada pelo pastor Silas Malafaia, líder da Assembleia de Deus Vitória em Cristo, e por outras representações religiosas. O evento fez parte de uma mobilização nacional, com atos em diferentes capitais do país.
Tarcísio de Freitas questionou provas contra Bolsonaro e afirmou que não houve crime em 8 de janeiro de 2023. "Estamos aqui para falar para o Hugo Motta: paute a anistia", afirmou o governador.
O governador de São Paulo também disse que Bolsonaro tem que disputar a eleição de 2026. "Deixa o Bolsonaro ir para a urna, qual o problema? Ele é o nosso candidato".
Apoiadores de Bolsonaro na avenida Paulista neste domingo (7) — Foto: TV Globo
Sem citar o Judiciário, o governador de São Paulo afirmou: "não vamos aceitar a ditadura de um poder sobre o outro".
Michele Bolsonaro falou sobre a prisão domiciliar do marido e perseguição política. "Hoje, ele [Jair Bolsonaro] não pode falar. Ele gostaria muito de estar aqui ou até entrar em videochamada porque as nossas liberdades estão cerceadas. A liberdade de locomoção foi cerceada. [...] Não vamos desistir. Em breve, isso tudo vai passar".
"Estou tendo que desdobrar como mão, esposa, como amiga para que ele fique bem, cuide da alimentação", disse.
O governador de São Paulo, Tarcísio de Freitas, discursa durante ato de bolsonaristas na Paulista — Foto: Amanda Perobelli/Reuters
Em seu discurso, Valdemar afirmou: "Nós não temos plano B, nosso plano é Bolsonaro presidente. [...] Vamos aprovar a anistia. O PP está com o PL, com o União Brasil, com o PSD. Nós temos maioria para aprovar a anistia", disse.
Malafaia também discursou e fez críticas ao ministro Alexandre de Moraes. No dia 20 de agosto, o pastor foi alvo de buscas da PF e teve o passaporte apreendido por ordem de Moraes. Ele está proibido de deixar o país e de manter contato com outros investigados por atrapalhar o processo em que Bolsonaro é réu por tentativa de golpe de Estado.
O pastor atacou Moraes e afirmou que há perseguição política contra ele e contra o ex-presidente Jair Bolsonaro.
O deputado Sóstenes Cavalcante chamou o ministro Alexandre de Moraes de ditador em seu discurso.
Bolsonaro está inelegível após ter sido condenado pelo Tribunal Superior Eleitoral (TSE) por abuso de poder político.
Manifestantes na Avenida Paulista, em São Paulo, neste domingo (7) — Foto: GABRIEL SILVA/RASPRESS/ESTADÃO CONTEÚDO
Na capital paulista, os participantes começaram a se concentrar na avenida por volta das 13h com cartazes e bandeiras do Brasil, dos Estados Unidos e de Israel. Eles também estenderam uma bandeira gigante dos Estados Unidos.
Em um dos cartazes levados pelo grupo estava a frase: "Fé em Deus, Eduardo Bolsonaro. Edu, nós o apoiamos. Donald Trump, thank you very much". Em outros, havia o pedido pela liberdade, democracia e anistia. Havia também cartazes com a frase "Fora Moraes" e "SOS Trump, Bolsonaro Free".
A abertura do ato foi marcada pelo grito dos manifestantes "Lula ladrão, seu lugar é na prisão" e contra o ministro do STF Alexandre de Moraes. Na sequência, houve a execução do Hino Nacional.
Em nota, a Polícia Militar informou que preparou um esquema de segurança para acompanhar a manifestação, e que todas as ações foram monitoradas em tempo real pelo sistema Olho de Águia e supervisionadas a partir da Sala de Gerenciamento de Incidentes, instalada no Centro de Operações da Polícia Militar.
Manifestantes na Avenida Paulista, em São Paulo, neste domingo (7) — Foto: GABRIEL SILVA/RASPRESS/ESTADÃO CONTEÚDO
Julgamento no STF e discussão de anistia no Congresso
Na última terça-feira (2), o Supremo Tribunal Federal (STF) começou a julgar Bolsonaro e mais sete réus pela tentativa de golpe de Estado após a eleição de 2022. O julgamento deve ser concluído até a próxima sexta (12).
Bolsonaro está em prisão domiciliar por violar medidas restritivas impostas anteriormente. Se for condenado, pode pegar até 43 anos de prisão. Ele também está inelegível, porque foi condenado pelo Tribunal Superior Eleitoral (TSE) por abuso de poder político.
Em paralelo, ganhou força na Câmara dos Deputados a discussão sobre a possibilidade de votar uma anistia para condenados por crimes contra a democracia.
O presidente da Câmara, Hugo Motta (Republicanos-PB), está sob pressão dos aliados de Bolsonaro, mas ainda não colocou em votação qualquer projeto com essa finalidade.
O PL, partido de Bolsonaro, é o principal interessado, e o Centrão também está endossando a medida. A aliança formada por União Brasil e PP, que tem maior bancada na Câmara, anunciou o desembarque do governo Lula recentemente para aderir à campanha da anistia.
O governador de São Paulo, Tarcísio de Freitas, que é do Republicanos, esteve em Brasília para tentar convencer Motta a colocar o tema em votação.
Não se sabe ainda qual texto seria votado. Um dos pontos em discussão é o alcance da possível anistia: se ela valeria apenas para quem já foi condenado pelos ataques golpistas de 8 de janeiro de 2023 ou se alcançaria também o ex-presidente e seus aliados que estão sendo julgados no STF.
Aliados mais próximos de Bolsonaro querem uma anistia geral. O Senado discute uma proposta alternativa que exclui o ex-presidente e reduz penas de golpistas condenados, sem que haja a anulação.
O governo é contra votar qualquer proposta de anistia, e o presidente Lula pediu mobilização social para barrá-la.
Manifestantes na Avenida Paulista, em São Paulo, neste domingo (7) — Foto: RENATO S. CERQUEIRA/ATO PRESS/ESTADÃO CONTEÚDO
Manifestantes na Avenida Paulista, em São Paulo, neste domingo (7) — Foto: GABRIEL SILVA/RASPRESS/ESTADÃO CONTEÚDO
Manifestantes pedem em SP por anistia para condenados por atos golpistas e liberdade para Jair Bolsonaro — Foto: GABRIEL SILVA/RASPRESS/ESTADÃO CONTEÚDO
Apoiadores de Bolsonaro na avenida Paulista neste domingo (7) — Foto: William Santos/TV Globo
Apoiadores de Bolsonaro em SP pedem anistia para condenados por atos golpistas — Foto: William Santos/TV Globo
Apoiadores de Bolsonaro na avenida Paulista neste domingo (7) — Foto: TV Globo
Manifestantes na Avenida Paulista, em São Paulo, neste domingo (7) — Foto: TV Globo
Apoiadores de Bolsonaro na avenida Paulista neste domingo (7) — Foto: TV Globo
Apoiadores de Bolsonaro na avenida Paulista neste domingo (7) — Foto: TV Globo
Pastor Silas Malafaia, presidente do PL, Valdemar Costa Neto, e o líder do PL, deputado Sóstenes Cavalcante. — Foto: TV Globo
Michele Bolsonaro na manifestação na avenida Paulista neste domingo (7) — Foto: TV Globo
Governador Tarcísio de Freitas na manifestação por anistia neste domingo (7), em SP — Foto: TV Globo
Fonte: G1 Globo
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