A ministra Marina Silva na COP30
Imagem: Adriano Machado - 17.nov.2025/Reuters
O Ministério do Meio Ambiente e Mudança do Clima (MMA) lançou hoje em Belém o estudo Geo Brasil 2025, que traça um panorama das políticas ambientais brasileiras nos últimos anos.
O que aconteceu
Estudo foi elaborado pelo MMA em conjunto com a Fundação Getúlio Vargas (FGV) e o Instituto de Pesquisa Econômica Aplicada (Ipea, um órgão federal). O Pnuma (Programa das Nações Unidas para o Meio Ambiente) forneceu apoio técnico e financeiro para o estudo.
"O documento mostra os conflitos e as oportunidades de um mundo que caminha para enfrentar os desafios da transformação ecológica, e que precisa garantir um futuro de baixo carbono, resiliente e eficiente, baseado na natureza e no uso sustentável dos recursos naturais e dos serviços ecossistêmicos".
Marina Silva, ministra do MMA
Geo Brasil 2025 mostra que apenas 0,26% do orçamento federal foi destinado ao meio ambiente entre 2001 e 2022. Outra conclusão foi que apenas 30% dos municípios contam com a infraestrutura básica de gestão ambiental, e que 10 das 27 unidades da federação não têm uma secretaria exclusivamente dedicada ao tema. Apesar disso, o estudo prevê um aumento nos próximos dez anos no número de municípios que priorizam a agenda climática, em parte como legado da realização da COP30 no país.
Temperatura já subiu 3ºC no Pantanal e 4ºC no Cerrado nas últimas décadas, segundo o levantamento. A Mata Atlântica, o Pampa, a Amazônia e a Caatinga também registram elevações significativas de temperatura nesse período. De acordo com o estudo, o aquecimento acelerado está associado à expansão da região semiárida, maior frequência de eventos extremos e redução das chuvas em grande parte do território brasileiro.
Desmatamento elevou emissões brasileiras em 40%. O relatório afirma que o aumento do desmatamento entre 2018 e 2021, com uma média de 23.740 km² por ano — uma área maior que o estado de Sergipe —, elevou as emissões líquidas nacionais de cerca de 1,5 gigatonelada de CO2-equivalente para 2,1 gigatoneladas, o maior patamar desde 2008. Estima-se que a destruição da floresta seja a causa também de três quartos da redução do volume de chuvas na estação seca nos últimos 35 anos.
Relatório aborda também os efeitos da degradação ambiental sobre a saúde pública. O texto diz que a poluição atmosférica causa cerca de 51 mil mortes prematuras por ano no país, e que a água consumida pela população apresenta traços de até 27 tipos de agrotóxicos - produto cuja comercialização cresceu 108% entre 2010 e 2022. Além disso, 2,3 milhões de toneladas de resíduos plásticos chegam anualmente ao oceano no Brasil.
Brasil tem 4.515 espécies ameaçadas, sendo 3.213 na flora e 1.203 na fauna nativa. O texto destaca, no entanto, os progressos na proteção ambiental, como a existência de 3.300 unidades de conservação cobrindo uma área de 2,6 milhões de km², ou cerca de 30% do território nacional.
Pastagens avançam sobre a Amazônia. O estudo concluiu que entre 1985 e 2022 a área da Amazônia dedicada a pastagens cresceu de 13,7 milhões de hectares para 57,7 milhões. Um quinto das terras dedicadas à pecuária no Brasil fica na Amazônia.
"O documento mostra, com base científica, onde estamos e quais caminhos precisamos seguir para integrar desenvolvimento econômico e proteção ambiental. Essa visão é essencial para que o Brasil cumpra suas metas climáticas e aproveite seu enorme potencial de liderar a transição para uma economia mais sustentável".
José Antonio Puppim, coordenador do estudo.
Fonte: Uol
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