segunda-feira, 22 de junho de 2020

Falta de testes, brigas políticas e quarentenas falhas fizeram coronavírus avançar pelo país.



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Fronteiras abertas, falta de testes, apagão de dados públicos, quarentenas descumpridas e desavenças entre autoridades. Uma sucessão de erros levou o Brasil à vexaminosa marca de cerca de 50 mil óbitos pela Covid-19. Afinal, a doença já havia deixado um rastro de tragédias no planeta bem antes de aterrissar aqui — segundo estudo da Unicamp, o país foi o último entre os 15 maiores do mundo acometidas pelo coronavírus.

Não faltaram exemplos internacionais sobre como evitar — ou, ao menos, amenizar — a multiplicação de óbitos. Hoje estável em diversas regiões do país, o índice de mortes pode, de acordo com especialistas, voltar a subir nas próximas semanas, com a abertura de serviços em grandes centros urbanos, como Rio e São Paulo.


— A Argentina fechou suas fronteiras e registrou menos de mil mortes. O Brasil pode teria feito isso ao menos nos aeroportos de Rio e São Paulo, com centros de controle para testagem de passageiros — diz Alessandro Farias, coordenador da força-tarefa da Unicamp contra a Covid-19.

A escassez de testes impediu um panorama efetivo do alastramento da doença:

— O Brasil optou por concentrar os exames em pacientes suspeitos ou em estado grave. Assim, temos uma taxa de testes positivos superior a 30%. Em muitos países, este índice é de 5%, porque há testes para examinar mais pessoas. A subnotificação aqui é fenomenal. Estima-se que a taxa de óbitos seja pelo menos cinco vezes maior do que a notificada oficialmente.

Farias adverte que mesmo os casos bem sucedidos de quarentena podem sofrer revezes, o que implicaria em restringir novamente a circulação de pessoas:

— Muitos governos sucumbiram ao lobby econômico e à pressão da população e permitiram a reabertura dos serviços antes da hora. O ideal é que menos de 80% dos leitos de UTI estejam desocupados, e esta não é a realidade em vários locais.

Farias ressalta que entre as características do Sars-CoV-2 está o alto tempo em que permanece no organismo — até 21 dias — e o fato de que não precisa passar por muitas mudanças até atingir o sistema imunológico. A ocorrência de uma “segunda onda” é provável. Doutor em Epidemiologia, Paulo Petry sublinha a alta taxa de contágio. No Brasil, cada infectado chegou a transmitir o vírus para até três pessoas, segundo estudo do Imperial College de Londres:

— O distanciamento das pessoas é fundamental.

O “descontrole governamental”, segundo Petry, também impulsionou a curva de óbitos. É referência a declarações como a do presidente Jair Bolsonaro, que comparou a Covid-19 a uma “gripezinha”, e protagonizou embates com prefeitos, governadores e ministros. Desavenças com Bolsonaro levaram às saídas de Luiz Henrique Mandetta e Nelson Teich do comando do Ministério da Saúde. A pasta é agora ocupada por um interino, Eduardo Pazuello, militar que não tem experiência na área.

— Houve uma tentativa de apagar os dados sobre a doença, fundamentais para gerar informações científicas e políticas públicas — explica Petry.

O epidemiologista estima que, com o início do inverno, a taxa de mortalidade provocada por doenças respiratórias graves pode até quadruplicar no Sul , prova de que a pandemia ainda está longe do fim.




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